053.2 Lição 1
Certificação: |
Open Source Essentials |
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Versão: |
1.0 |
Tópico: |
053 Licenças de conteúdo aberto |
Objetivo: |
053.2 Licenças Creative Commons |
Lição: |
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Introdução
O sucesso do software livre desde a década de 1990, juntamente com a ascensão da Internet, despertou em outros setores o desejo de ter condições semelhantes para apoiar o desenvolvimento e distribuição de obras criativas, ou seja, obras que estão fundamentalmente sujeitas a direitos autorais. Esses desejos refletem uma variedade de interesses.
Os artistas querem determinar por si próprios as condições de utilização de suas criações por terceiros. Ao mesmo tempo, porém, eles também têm interesse em poder usar o trabalho de outras pessoas, como sempre foi feito no mundo artístico, por meio de citações, edições e adaptações. Para os destinatários das obras, surgem questões quanto às possibilidades de utilização — por exemplo, se e como uma obra pode ser reproduzida ou compartilhada.
Além de esclarecer estas questões práticas, as regulamentações devem ser feitas de forma a estarem em conformidade com as normas jurídicas aplicáveis, principalmente a lei dos direitos autorais. Isso é dificultado pelas diferentes leis de direitos autorais existentes internacionalmente.
Finalmente, as regras devem ser fáceis de compreender e simples de aplicar, a fim de acelerar os processos criativos e proporcionar segurança jurídica aos criadores e destinatários.
Origem e objetivos do Creative Commons
As primeiras licenças na área de software livre, sobretudo a Licença Pública Geral GNU, foram verdadeiras pioneiras, pois conseguiram criar uma estrutura legal confiável para os processos completamente novos que cercavam o desenvolvimento colaborativo de software.
Em 2001, um grupo liderado pelo professor de direito Lawrence Lessig, da Stanford Law School, fundou uma organização sem fins lucrativos chamada Creative Commons (CC), inspirada no software livre. O objetivo da organização está resumido no site do projeto da seguinte forma:
O Creative Commons é uma organização global sem fins lucrativos que permite o compartilhamento e a reutilização de criatividade e conhecimento por meio do fornecimento de ferramentas jurídicas gratuitas.
Website (FAQ)
Com o termo “commons” (comuns), que faz alusão a uma forma de atividade econômica comunitária já documentada na Idade Média, a organização enfatiza uma necessidade historicamente verificável e profundamente humana de ação coletiva orientada para o bem comum. A missão que ela se impôs é portanto, criar um quadro jurídico moderno para o trabalho criativo. O Creative Commons transfere as exigências e soluções do movimento do software livre para outros campos criativos, como a literatura, as artes visuais (pintura, artes gráficas, fotografia, vídeo, etc.) e a música, mas também a documentação e o trabalho científico — grosso modo, todas as obras sujeitas a direitos autorais.
Semelhante à Free Software Foundation, a Creative Commons também opta por implementar seus objetivos através de licenças: compilações de especificações padronizadas e juridicamente vinculativas que os criadores atribuem explicitamente às suas obras, geralmente antes de “lançar” as obras ao público, ou seja, publicá-las.
O princípio de “todos os direitos reservados” consagrado na lei de direitos autorais dos EUA é considerado demasiado restritivo diante do número cada vez maior de possibilidades técnicas disponíveis para os processos criativos. Os próprios criadores muitas vezes não sabem bem até que ponto podem desenvolver a obra de outros sem exceder os limites da lei de direitos autorais e, no pior dos casos, tornar-se passíveis de processos judiciais. A Creative Commons contrasta este regime severo com o princípio de “alguns direitos reservados
”: os criadores escolhem os direitos que desejam reservar — e assim renunciam a todos os outros.
A combinação de apenas quatro condições básicas simples (módulos) resulta num total de seis licenças disponibilizadas para os autores.
Os Módulos de licenciamento do Creative Commons
Os quatro módulos mencionados correspondem a quatro decisões básicas simples que um autor toma em relação ao uso e distribuição de uma obra. Cada módulo pode ser representado por uma abreviatura de duas letras e um símbolo. A respectiva definição é bem curta e fácil de entender mesmo para os leigos, o que contribui em muito para a popularidade das licenças CC. Em certos casos específicos, entretanto, as cláusulas podem dar origem a questões não resolvidas ou zonas cinzentas.
Atribuição (BY)
Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se foram feitas alterações. É possível fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de forma que sugira que o licenciante endossa você ou seu uso.
Atribuição
A palavra inglesa “by” indica que os autores devem ser nomeados, ou seja, a obra deve ser claramente atribuída aos autores se for usada, reproduzida ou redistribuída de qualquer forma. O módulo BY é o único obrigatório em todas as licenças CC. Em outras palavras, nenhuma obra sob as seis licenças CC padrão pode escapar da atribuição.
Essa simples exigência pode causar problemas práticos em projetos colaborativos desenvolvidos através da internet. Por exemplo, em obras derivadas da enciclopédia online Wikipedia, é bastante questionável como a “atribuição” pode ser realizada “apropriadamente”, já que há milhares de colaboradores.
NãoComercial (NC)
Você não pode usar o material para fins comerciais.
Não Comercial
A intenção do módulo NãoComercial parece clara à primeira vista: ele serve para evitar que uma obra disponível gratuitamente seja utilizada por terceiros para fins comerciais. Ele frequentemente é aplicado a obras que foram desenvolvidas com fundos públicos, por exemplo em universidades. Elas devem ser “protegidas” da comercialização a fim de garantir a sua qualidade e disponibilidade gratuita a longo prazo.
Na verdade, o módulo NC causa muitas vezes incerteza na prática, já que não fica claro em certos casos quando uma utilização é realmente comercial. Os professores que utilizam materiais sob uma licença CC com um módulo NC, por exemplo, já estão numa zona legal cinzenta caso lecionem numa escola ou universidade privada que os alunos têm de pagar para frequentar.
Muitos críticos do módulo NC também rejeitam o argumento de que os materiais gratuitos se tornam “não-livres” através do uso comercial, porque as obras permanecem também disponíveis gratuitamente.
SemDerivações (ND)
Se você remixar, transformar ou enriquecer o material, não poderá distribuir o material modificado.
NoDerivs
As derivações (abreviação: Derivs), significando obras derivadas, já foram mencionadas em outras lições. No contexto do Creative Commons, o termo também se refere à criação de novas obras com base em obras existentes protegidas por direitos autorais; elas podem consistir, por exemplo, em materiais didáticos que um professor adapta para suas aulas ou na tradução de um romance para outro idioma. NoDerivs exclui categoricamente a distribuição de modificações ou adaptações desse tipo: a obra só poderá ser redistribuída na forma publicada pelo autor.
CompartilhaIgual (SA)
Se você remixar, transformar ou enriquecer o material, deverá distribuir suas contribuições sob a mesma licença do original.
ShareAlike
O módulo CompartilhaIgual (ShareAlike) indica que uma obra só pode ser compartilhada sob as mesmas condições da licença atribuída. SA é considerada equivalente ao princípio copyleft nas licenças de software livre, garantindo que as liberdades concedidas pela licença também se apliquem, inalteradas, às obras derivadas.
O módulo SA é particularmente interessante em combinação com outros módulos, já que o requisito SA também atualiza outras condições definidas, como veremos à medida que discutirmos as diversas licenças.
As licenças principais do Creative Commons
As combinações dos módulos apresentados resultam num total de seis licenças. São apenas seis porque nem todas as combinações possíveis dos quatro módulos fazem sentido: por exemplo, os requisitos para compartilhar as obras modificadas sob as mesmas condições (CompartilhaIgual) e a proibição de adaptações (SemDerivações) são mutuamente exclusivos. Consequentemente, não existe licença que contenha ambos os módulos. Como a atribuição do autor também é um componente de todas as licenças, o resultado são as chamadas licenças principais que discutiremos a seguir.
A lista dessas licenças também pode ser imaginada como uma escala que vai de de “muitas liberdades” a “poucas liberdades”, já que um autor vai respondendo a perguntas sobre as possibilidades de uso ou suas restrições em relação à obra para no final receber a licença desejada.
Atribuição Creative Commons (CC BY)
A atribuição ao autor já foi mencionada como componente obrigatório de todas as licenças; assim, a primeira licença, Atribuição CC, inclui apenas este módulo. Uma obra se torna, assim, liberada para qualquer forma de uso, modificação e distribuição, desde que o requisito de atribuição seja atendido.
Por exemplo, se um autor publicou um poema sob CC BY, uma editora tem o direito de incluí-lo numa coleção de poemas e distribuí-lo através de livrarias sem consultar o autor e sem quaisquer obrigações financeiras, desde que o poema esteja claramente assinalado como sendo obra do autor.
Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual (CC BY-SA)
A Atribuição-CompartilhaIgual corresponde à CC BY, complementando-a com os requisitos de CompartilhaIgual, ou seja, a distribuição de versões modificadas da obra deve ser realizada sob as mesmas condições.
Por exemplo, se um cantor colocar uma música sob a licença CC BY-SA, outra banda pode fazer um cover ou adaptar essa obra, desde que, por sua vez, publique a sua versão da música sob a licença CC BY-SA ou outra licença compatível.
Creative Commons Atribuição-NãoComercial (CC BY-NC)
A CC Atribuição-NãoComercial é a primeira licença da série que vincula o uso de uma obra a uma proibição, já que exclui a distribuição e adaptação para fins comerciais.
Em nosso exemplo, uma banda seria autorizada a adaptar a canção do cantor, mas não a utilizar essa adaptação comercialmente. Assim, ela não poderia ser incluída em seus discos ou executada em shows pagos. No entanto, a banda teria a possibilidade de também proibir adaptações da sua versão, ou seja, publicar a adaptação sob a licença CC BY-NC-ND.
Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual (CC BY-NC)
No caso da CC Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual, a proibição do uso comercial está vinculada à distribuição nas mesmas condições. Continuando com nosso exemplo: embora a banda possa fazer um cover da música do cantor, não é permitido adicionar a licença ND à versão cover porque o arranjo deve ser distribuído nas mesmas condições.
Creative Commons Atribuição-SemDerivações (CC BY-ND)
Assim como NãoComercial, a CC Atribuição-SemDerivações também se baseia em uma proibição — neste caso, a proibição de modificar ou adaptar uma obra. A banda do nosso exemplo, portanto, não teria permissão para distribuir uma versão cover da música do cantor.
A utilização de licenças CC com cláusulas ND (ou seja, as licenças CC BY-ND e CC BY-NC-ND apresentadas a seguir) é vista com ceticismo, principalmente no campo científico, porque podem dificultar a troca de conhecimentos necessários ao progresso científico. Mesmo no site da Creative Commons, as licenças com módulo ND são descritas como incompatíveis com o princípio de acesso aberto que é popular na ciência. Um exemplo da tendência excessivamente restritiva do ND é que mesmo as traduções de artigos científicos são consideradas obras derivadas e, portanto, proibidas.
Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (CC BY-NC-ND)
A mais restritiva das licenças CC, a CC Atribuição-NãoComercial-SemDerivações, combina a proibição do uso comercial com a da distribuição de obras derivadas. Em termos positivos, isso significa que uma obra só pode ser reproduzida e distribuída na forma publicada pelo autor e utilizada apenas para fins não comerciais.
O cantor do nosso exemplo evita, assim, que uma banda faça um cover da sua música (ND), mas ao mesmo tempo corre o risco de que ela seja excluída de qualquer plataforma que gere receitas de clientes ou de publicidade.
Creative Commons Zero (CC0) e a Marca de Domínio Público
Já mencionamos que a lei de direitos autorais é regulamentada de forma muito diferente em diversos países e jurisdições. De acordo com a lei dos EUA, por exemplo, um detentor de direitos pode renunciar completamente aos seus direitos autorais. Ao fazê-lo, a obra é transferida para o chamado domínio público, ou seja, para uso geral e irrestrito.
Na maioria dos países europeus, contudo, além dos direitos de utilização puros, os direitos autorais também incluem direitos pessoais, que geralmente são intransferíveis e, portanto, não renunciáveis. Se um autor deseja liberar uma obra para o público, ele renuncia a todos os direitos de uso, mas permanece sendo o autor.
Além disso, existem obras cuja utilização não está sujeita a quaisquer restrições. Dentre elas estão, por exemplo, obras cujo prazo legal de proteção expirou (como um romance 70 anos após a morte do autor), ou obras que nunca foram protegidas por princípio (como textos jurídicos).
O Creative Commons propõe duas ferramentas de domínio público para identificar as obras que estão disponíveis ao público em geral sem restrições.
O Creative Commons Zero (CC0) atribui praticamente zero condições à reprodução, distribuição e modificação de uma obra. Também é omitida a atribuição obrigatória do autor em todas as licenças CC. A licença permite que os detentores de direitos marquem as suas obras como domínio público em tantos sistemas jurídicos quanto possível.
Tomemos como exemplo um material didático desenvolvido para fins de ensino. O autor ou autores podem usar o rótulo CC0 para garantir que esse material possa ser usado por qualquer pessoa sem quaisquer restrições: ele pode ser copiado no todo ou em parte, distribuído gratuitamente ou mediante pagamento e integrado total ou parcialmente a outros documentos. Os autores originais não precisam ser citados em lugar nenhum.
Para identificar obras que não estão sujeitas a restrições de direitos autorais, a Creative Commons recomenda a Marca de Domínio Público:
A Marca de Domínio Público funciona como uma etiqueta ou rótulo, permitindo que instituições como essas, bem como outras com tal conhecimento, comuniquem que uma obra não está mais restrita por direitos autorais e pode ser usada livremente por terceiros.
Marca de Domínio Público
Seleção de licenças e rotulagem de obras
Já dissemos que o Creative Commons pretende ser o mais simples possível, tanto para os licenciantes (criadores de conteúdo) quanto para os licenciados (destinatários das obras). Em termos concretos, a organização acompanha o usuário de perto, desde a seleção da licença adequada até a rotulagem da obra e sua utilização.
O CC License Chooser (selecionador de licenças CC), no site da organização, é um guia passo a passo para a recomendação da licença apropriada, com perguntas simples que o autor vai respondendo em relação ao uso desejado de seu trabalho (CC License Chooser).
Se a licença proposta corresponder às intenções do autor, ele poderá etiquetar sua obra de acordo. O License Chooser fornece, por exemplo, um código HTML que o autor pode adicionar diretamente a um site em a obra esteja publicada (Código HTML com link para a licença).
O resultado é então um aviso padronizado com o link para a licença correspondente (Aviso de licença com link).
Os ícones específicos da licença, nos quais os módulos incluídos são diretamente visíveis, já foram apresentados. Eles são comprovadamente chamativos na identificação de conteúdo gratuito na internet.
Licenças internacionais e portadas
Desde o início, a Creative Commons concentrou-se no desenvolvimento de licenças tão gerais quanto possível, ou seja, válidas em todo o mundo. Elas são identificadas com a adição de “internacional” (antigamente também chamadas de Unported, ou “não portada”). Por outro lado, existem variantes que levam em consideração as peculiaridades de um sistema jurídico regional ou nacional e que são denominadas “portadas” (Ported). Por exemplo, além da licença CC BY-SA 3.0 Unported, há também uma versão especial para a Alemanha com o nome CC BY-SA 3.0 Germany.
Com a versão 4.0 atualmente válida das licenças CC, a Creative Commons está se esforçando para uma maior padronização e (até aqui) tem dispensado completamente as versões portadas. Na versão 4.0, a licença “internacional” é expressamente recomendada:
Recomendamos que você use a licença internacional versão 4.0. Essa é a versão mais atualizada de nossas licenças, elaborada após ampla consulta com nossa rede global de afiliados, e foi criada para ser válida internacionalmente. Atualmente não há portabilidade da 4.0 e planejamos criar poucas ou nenhuma no futuro.
FAQ
Exercícios guiados
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Qual módulo do sistema de licenças Creative Commons faz parte de todas as seis licenças Creative Commons?
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Qual módulo do sistema de licenças Creative Commons exige a distribuição de uma obra nas mesmas condições?
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Qual a diferença entre a CC0 e as outras seis licenças principais do CC?
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Qual é a diferença entre as licenças “internacionais” e “portadas”?
Exercícios Exploratórios
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É possível colocar a fotografia de uma obra que seja de domínio público sob uma licença CC?
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Um autor pode publicar seu romance, no qual incorpora um soneto de Shakespeare na íntegra, sob uma licença CC?
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Um usuário publica uma foto sua em seu site sob uma licença CC. Ele pode impedir a distribuição desta imagem invocando seus direitos pessoais?
Resumo
Fundada em 2001, a organização Creative Commons visa apoiar a partilha e utilização de obras criativas, ou seja, obras sujeitas a direitos de autor, com a ajuda de ferramentas legais gratuitas. O foco está em quatro módulos (Atribuição, NãoComercial, SemDerivações e CompartilhaIgual), que são combinados em seis licenças principais e podem ser selecionados pelos autores para suas obras.
Respostas aos Exercícios Guiados
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Qual módulo do sistema de licenças Creative Commons faz parte de todas as seis licenças Creative Commons?
O módulo “Atribuição”, abreviado como “BY.”
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Qual módulo do sistema de licenças Creative Commons exige a distribuição de uma obra nas mesmas condições?
O módulo “CompartilhaIgual”, abreviado como “SA.”
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Qual a diferença entre a CC0 e as outras seis licenças principais do CC?
Com a CC0, o autor não recebe certos direitos — como acontece com as outras licenças CC — mas renuncia a todos os direitos sobre a obra no âmbito das possibilidades da respectiva jurisdição. Este princípio de “
nenhum direito reservado
” corresponde à designação da obra como domínio público. -
Qual é a diferença entre as licenças “internacionais” e “portadas”?
Até a versão 3.0, o Creative Commons oferecia variantes de suas licenças que levavam em consideração as especificidades de uma jurisdição regional ou nacional. Desde a versão 4.0, o CC dispensou as chamadas versões “portadas” e recomenda a versão “internacional”, válida globalmente, da respectiva licença.
Respostas aos Exercícios Exploratórios
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É possível colocar a fotografia de uma obra que seja de domínio público sob uma licença CC?
Depende. A fotografia pode ou não atender a critérios segundo os quais ela está protegida por direitos autorais. Em outras palavras, a fotografia em si deve ser reconhecível como uma obra criativa única e digna de proteção, por exemplo devido ao uso da perspectiva, plano de fundo, filtros, etc. Se for esse o caso, ela pode ser posta sob uma licença CC e as condições dessa licença se aplicarão. Todavia, a obra original, ou seja, o motivo propriamente dito, permanece em domínio público.
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Um autor pode publicar seu romance, no qual incorpora um soneto de Shakespeare na íntegra, sob uma licença CC?
Sim, mas apenas as partes criativas do romance escritas pelo próprio autor estarão protegidas pela licença CC escolhida pelo autor. O soneto, que é de domínio público, permanece em domínio público.
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Um usuário publica uma foto sua em seu site sob uma licença CC. Ele pode impedir a distribuição desta imagem invocando seus direitos pessoais?
Ao publicar uma foto sob uma licença CC, o proprietário geralmente concorda com sua distribuição. Um limite é atingido quando a utilização da foto violar os direitos pessoais do proprietário, por exemplo quando a imagem é grosseiramente distorcida ou utilizada para publicidade ou num contexto político sem o consentimento do proprietário. Os direitos pessoais do proprietário não são afetados pela regulamentação dos direitos de utilização da licença CC, de modo que, nesses casos, ele pode tomar medidas legais contra a utilização da sua fotografia.